Bari é uma bonita e pequena cidade da costa sudeste da Itália, na região de Apúlia. Esta é a segunda metrópole do Sul de Itália e o seu centro histórico, hospeda numerosos testemunhos da civilização que se alternaram ao longo dos tempos. Como por exemplo, os romanos, normandos, suecos, entre outros.
Quando visitámos Bari, o que à primeira vista mais nos chamou à atenção foi a arquitetura dos edifícios tão sumptuosos e belos. De todos os que visitámos há um que se destacou, que foi a Basilica di San Nicola. Assim, venha connosco descobrir a Basílica de São Nicolau em Bari.
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Quem foi São Nicolau?
São Nicolau foi canonizado pela Igreja Católica, depois de lhe serem atribuídos inúmeros milagres. Viveu na cidade portuária de Myra, no séc. IV, antiga cidade grega que atualmente pertence à Túrquia. Diz a lenda que quando São Nicolau partiu em uma viagem à Terra Santa se desencadeou uma tempestade terrível e que este ao orar fez a tempestade acalmar. Assim, acabou por se tornar o santo padroeiro dos marinheiros e mercadores.
Fala-se também que São Nicolau era filho de pais abastados e que quando estes morreram, decidiu deixar a sua herança aos pobres, mostrando o seu desapego a bens materiais. Dono de uma personalidade dócil e solidária gostava de ajudar as crianças, da mesma forma que ajudava os necessitados. O que levou a que acabasse por passar parte da sua vida dedicado à educação dos outros.
São Nicolau foi amado por toda a Europa e dada sua bondade, apego às crianças e trejeitos delicados, depressa o associaram a um bom velhinho com um saco de presentes nas costas. Assim, depressa acabou por surgir o Santa Klaus.
Descobrir a Basílica de São Nicolau
A Basílica de São Nicolau, foi construída em 1087 para guardar os restos mortais de São Nicolau, bem como as suas relíquias, roubadas em Myra pelos marinheiros de Bari. A construção da basílica está envolta em alguma polémica, pois enquanto os residentes da cidade queriam uma igreja dedicado ao Santo e onde repousassem as suas relíquias, o arcebispo queria que estas ficassem na catedral de Bari. Mas algum debate chegaram ao consenso e decidiu-se partir para a construção de uma nova basílica, que ficou a cargo do abade beneditino Elia.
Localizada no centro histórico de Bari, a basílica possui um estilo românico, algo patente no seu especto maciço e sóbrio, característico da arquitetura normanda. Esta foi a primeira e maior igreja normanda construída na região da Apúlia. Mas a mesma não foi construída a partir do zero, tendo como base a residência do governador greco-bizantino do sul de Itália, que viveu em Bari, desde 968 até 1071.
Exterior
A Basílica possui uma imponente fachada, dividia em três zonas distintas, através de pilastras, coroadas por arcos e abertas no topo por janelas, enquanto que na parte inferior é por portas, correspondentes às três naves existentes no interior. A fachada encontra-se ladeada dos dois lados por duas torres sineiras, mas de diferentes tamanhos.
A Torre sineira localizada do lado direito da fachada, também conhecida como Torre Catapano, terá sido construída no séc. IX e teria uma função defensiva primitiva. Por outro lado, temos a Torre das Milícias, torre sineira do lado esquerdo e bem mais baixa que a outra.
A rosácea localizada no topo da fachada é desprovida de qualquer tipo de decoração, assim como a porta principal que é bem simples. Mas esta falta de decoração patente nestes elementos é contrabalançada com a elevação artística da decoração escultural e arquitectónica que circundam a porta. E que evoca a imagem da vitória de Cristo sobre a escuridão do paganismo.
Nas fachadas laterais é possível encontrar arcos cegos, com elegantes decorações e motivos antropomórficos e zoomórficos.
Interior
O interior da Basílica é composto por uma planta em cruz latina, que está dividida em 3 naves, separadas por 12 colunas de granito cinza. A nave central possui três arcos transversais e o seu teto é em talha dourada adornado com painéis pintados do séc. XVII, por Carlos Rosa Bitonto.
O prebistério será provavelmente a área mais rica de toda a Basílica, algo bem patente pelo altar-mor que é encimado por um cibório do séc. XII, com magníficos capitéis românicos. Por outro lado, na abside central, destaca-se o piso com motivos orientais, do início do séc. XII, e a magnífica cadeira episcopal, ou “Cathedra de Elias” construída no final do séc. XI, em mármore. Bem como pelo túmulo Bona Sforza, Rainha da Polónia e que se localiza entre duas figuras femininas seminuas, que representam Bari e a Polónia e duas imagens dos santos Nicolau e Estanislau.
Se entrar na Basílica pela nave lateral direita encontrará logo a capela de São Girolamo, bem como o sarcófago de Giocomo Bongiovanni, reitor das escolas de S.Nicola e professor de Bona Sforza. Enquanto que no altar da abside direita encontrará o tríptico do pintos Andrea Rico de Heraklion.
Na abside esquerda está o retábulo da segunda metade do séc. XV, de Vivarini e que representa uma conversa entre São Tiago e São Luís de um lado, e do outro São Nicolau e São Pedro.
No final das naves laterais encontram-se duas escadarias que conduzem à cripta triapsidal, que abriga as relíquias de São Nicolau. Sob o altar central da cripta está o corpo de São Nicolau. Aqui é possível encontrar uma capela ortodoxa , algo absolutamente notável, pois demonstra a coexistência de duas religiões distintas e em harmonia.
Considerações após descobrir a Basílica de São Nicolau
São Nicolau acabou por se tornar o Santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega para além de ser o santo padroeiro dos estudantes. Este é um santo com inigualável importância tanto para cristãos como para ortodoxos.
A Basílica continua a ser um local importante de peregrinação e aonde vêm devotos de todo o mundo, especialmente da Rússia Ortodoxa, para venerar São Nicolau. Após descobrir a Basílica de São Nicolau, o que mais me admirou neste edifício foi o facto de no mesmo local coabitarem a religião católica e a religião ortodoxa, algo incomum mas que mostra que duas religiões distintas podem coexistir.
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