A Rota da Boa Memória leva-nos por terras e marcos importantes na luta pela independência de Portugal. Após a morte do Rei Dom Fernando I, existiram vários confrontos com Castela no território português. Assim, a Associação do Turismo Militar Português criou a Rota da Boa Memória. Esta visa apresentar a história da Batalha de Aljubarrota, travada por Dom João I “O da Boa Memória” e pelo Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, duas das mais importantes personalidades na luta pela independência nacional.
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A Rota da Boa Memória
A Rota da Boa Memória passa pelos concelhos de Abrantes, Tomar, Ourém, Porto de Mós, Alcobaça e Batalha, percorrendo o trajeto feito pelas tropas portuguesas até ao campo militar e à batalha real mas também à memória associada a este confronto com Castela.
Abrantes, Outeiro de São Pedro e o Castelo de Abrantes
Foi em Abrantes, em 1385, que o concelho militar se reuniu aquando das invasões espanholas. Ali o Rei Dom João I entra em divergência com o Condestável Dom Nuno Álvares Pereira sobre a forma como deveriam lidar com a invasão. Terá sido no Castelo de Abrantes que o concelho decidiu dar luta ao exército de Castela. Já o Outeiro de São Pedro foi o local onde o Condestável assim como o seu exército, composto por 2900 homens e 600 cavalos se reuniram e acamparam, antes de partirem em direção a Tomar. No local está, desde 1968, um monumento de homenagem aos feitos do Condestável. Do antigo Castelo de Abrantes restam a Torre de Menagem e a Porta de Armas assim como as magníficas e austeras muralhas.
Tomar e a Capela de São Lourenço
É em Tomar que as hostes do Rei Dom João I e as hostes do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira se voltam a encontrar e decidem partir para o campo de batalha. O local do encontro ocorreu onde mais tarde foi construída a Capela de São Lourenço, mandada construir por Aires de Quental, no século XVI.
Na fachada lateral da capela é possível encontrar o Padrão de Dom João I. Este é um bonito painel de azulejos azuis e brancos, datados de 1948, numa clara alusão ao encontro de Dom João I e Dom Nuno Álvares Pereira, no dia de São Lourenço. Encontro esse igualmente assinalado na coluna lisa da fachada, cujo capietel está decorado com anjos de asas abertas e o brasão nacional. O conjunto é um monumento comemorativo da junção das hostes portuguesas 4 dias antes da batalha de Aljubarrota. Faz parte do conjunto monumental a Fonte de São Lourenço, do século XVII, símbolo da união dos dois exércitos.
Ourém e a Capela de São Sebastião
Ourém foi o local escolhido pelo exército português para acamparem antes da grande batalha. Durante três dias o Rei Dom João I, o condestável Dom Nuno assim como as suas tropas, utilizaram esta área para descansarem e se prepararem para a batalha histórica que se avizinhava.
A Capela de São Sebastião é uma capela maneirista que terá sido fortemente atacada durante as invasões francesas e hoje está em ruínas, havendo um projeto de requalificação por parte da câmara.
Castelo de Porto de Mós
O Castelo de Porto de Mós, também conhecido como Castelo de Dom Fuas Roupinho, é um castelo medieval importante na época da Reconquista Cristã da Penísula Ibérica. Volta a ter destaque por altura da invasões espanholas, tendo sido ali que acamparam as tropas do exército português aquando da Batalha de Aljubarrota. Mais tarde, o castelo fez parte da ampla doação que o Rei Dom João I fez a Dom Nuno Álvares Pereira como forma de agradecimento pelo importante papel na vitória contra os espanhóis. Anos mais tarde, o neto de Dom Nuno acaba por transformar o castelo medieval num magnífico solar renascentista.
Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota
O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota localiza-se no Campo Militar de São Jorge. Este é um dos locais de batalha de uma das mais importantes guerras medievais, a Guerra dos Cem anos. O CIBA foi projetado de modo a proporcionar ao espectador uma visita completa e de fácil acesso e compreensão, naquele que é um dos mais bem preservados campos de batalhas medievais de toda a Europa. Ali é possível aos visitantes irem percebendo o posicionamento no terreno dos diferentes exércitos, através de vários cronotelescópios espalhados pelo local.
A Capela de São Jorge foi mandada construir por Nuno Álvares Pereira bem no local da frente de combate, onde esteve posicionado com a vanguarda portuguesa, como forma de agradecimento pela vitória tão importante para Portugal.
Mosteiro da Batalha
O Mosteiro da Batalha, também conhecido como Mosteiro de Santa Maria Vitória surgiu da promessa feita por Dom João I, em pleno campo de batalha, à Virgem Maria. Este prometeu a edificação de um mosteiro caso saísse vencedor da batalha de Aljubarrota, contra os rivais castelhanos. A construção do Mosteiro terá se iniciado dois anos após esta batalha histórica e surgiu da enorme vontade de Dom João I expressar e afirmar o seu poder através de um programa monumental.
A Rota da Boa Memória tem como base o contexto histórico da Crise de 1383-85, levando-nos numa viagem por alguns dos mais importantes locais da luta da independência portuguesa. Mas além destes locais importantes desta fase da história existem vários outros sítios que pode e deve visitar em cada um dos concelhos integrantes desta rota.
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2 thoughts on “Descobrir a Rota da Boa Memória”