O Mosteiro dos Jerónimos, também conhecido como Mosteiro de Santa Maria de Belém, foi construído no séc. XVI, a mando do Rei D. Manuel I. Venha connosco descobrir o Mosteiro dos Jerónimos.
Diogo de Boitaca foi o primeiro arquitecto responsável pelo projecto, que terá demorado cerca de 100 anos a ficar concluído, o que levou à necessidade de outros mestres terem ficado encarregues da obra, ao longo das décadas.
Este magnífico projecto foi pago com a chamada “Vintena da Pimenta”, ou seja, um imposto criado pelo rei, onde eram pagos ao rei 5% de todo o ouro trazido da Guiné, e das especiarias e pedras preciosas vindas da Índia.
O local pertencia à Ordem de São Jerónimo, tendo sido a moradia dos monges até ao ano de 1833. As suas principais funções eram rezar pela alma do Rei e prestar assistência espiritual aos navegadores que partiam da Praia do Restelo à descoberta de novos mundos.
Este é o mais notável conjunto monástico português do seu tempo e como tal, tentarei falar um pouco deste magnífico monumento lisboeta.
O Portal Sul é um dos exemplares mais ricos da arquitectura portuguesa do gótico tardio, tendo sido construído no início do séc. XVI, por João de Castilho, tendo como base o projecto de Diogo de Boitaca. Esta entrada possui uma sumptuosidade absolutamente maravilhosa, tendo como figura central a Santa Maria de Belém (sob a protecção da qual foi construído o Mosteiro) com o Menino, mostrando na mão o vaso das oferendas feitas pelos Reis Magos. Ao redor da figura central, encontram-se várias estátuas, que representam os profetas, os apóstolos, entre outros. Ainda é possível ver representado duas cenas das vida de S. Jerónimo, as Armas de Portugal, uma estátua do Infante D. Henrique, um dos grandes impulsionadores dos Descobrimentos e ainda a imagem do Arcanjo São Miguel, protector de Portugal. Apesar de toda a beleza e magnitude desta entrada, esta não é a entrada principal e sim um porta lateral.
A Igreja do Mosteiro dos Jerónimos é constituída por três naves, sendo coberta por um tecto, em abóbada, constituído por várias nervuras e onde é possível observar vários elementos que caracterizam o estilo manuelino, nomeadamente a cruz da Ordem militar de Cristo, a esfera armilar, as cordas náuticas e ainda vários motivos vegetalistas. Os vitrais que encontramos nesta zona, representam imagens dos reis fundadores D. Manuel I e a sua esposa D. Maria, com os respectivos santos patronos. Neles, D. Manuel surge acompanhado por Vasco da Gama, antes da partida para a Índia e D. Maria surge rodeada pelas suas aias e alguns monges jerónimos. Há ainda a imagem de Santa Maria de Belém, com o Menino ao colo e em segundo plano uma imagem de Lisboa, antes do terramoto de 1755.
Vários são os túmulos que se encontram nesta igreja, nomeadamente o túmulo de Vasco da Gama, o túmulo de Luís de Camões e ainda os túmulos do Rei D. Manuel I e da sua esposa, a Rainha D. Maria, do seu filho, o Rei D. João III e da sua esposa, a Rainha D. Catarina de Áustria.
A actual capela-mor foi mandada construir pela Rainha D. Catarina, tendo sido inaugurada em 1572, o que leva a que haja claras diferenças entre a arquitectura deste local e a restante igreja. Ao fundo da capela mor é possível ver cinco bonitas pinturas, de Lourenço de Salzedo, que representam a Paixão de Cristo e a Adoração dos Reis Magos.
Igreja
Capela-mor
Coro Alto
O Coro Alto é o local onde os monges faziam as suas orações, em especial na oração comunitária, denominada de “Oficio Divino”, oração que se repetia sete vez por dia.
O Cadeiral que aqui se encontra foi desenhado pelo arquitecto Diogo de Torralva e executado pelo mestre Diogo de Sarça, em 1550. Já as pinturas que se encontram à volta do cadeiral são do séc. XVIII e representam alguns apóstolos e santos, como São Jerónimo e Santo Agostinho.
Coro-Alto
Claustro
O Claustro do Mosteiro dos Jerónimos é um dos mais belos claustros do mundo, sendo extremamente rico nos pormenores esculpidos. Este é um dos locais mais significativos da arquitectura manuelina. o Claustro era o sítio destinado aos monges da ordem de São Jerónimo, que passavam parte do seu tempo aqui, a ler, a orar, a meditar ou simplesmente a descansar.
Este belo local foi projectado por Diogo de Boitaca, no séc. XVI e construído por João de Castilho e mais tarde por Diogo de Torralva.
É constituído por dois pisos e apresenta na sua decoração vários elementos magníficos, conjugando símbolos religiosos ( nomeadamente vários elementos da Paixão de Cristo), régios ( como a Cruz da Ordem Militar de Cristo ou a esfera armilar) e elementos naturalistas ( como cordas e motivos vegetalistas).
Neste belíssimo claustro é ainda possível ver o túmulo de Fernando Pessoa.
Parte exterior do Claustro
Claustro
Túmulo de Fernando Pessoa
O magnífico poeta português Fernando Pessoa morreu no ano de 1935, mas só em 1985 os seus restos mortais foram trasladados para o Mosteiro dos Jerónimos. O seu túmulo é da autoria de Lagoa Henriques.
Túmulo de Fernando Pessoa
Sala do Capítulo
A Sala do Capítulo era a sala de reuniões diárias dos monges que aqui habitavam, cada reunião era iniciada com a leitura de um Capítulo da Regra de Santo Agostinho.
O interior da sala do capítulo data do séc. XIX, enquanto o seu portal é bem mais antigo, datando do séc. XVI, sendo da autoria de Rodrigo de Pontezilha.
Durante algum tempo, este local serviu como panteão de várias personalidades da história mais recente de Portugal, que posteriormente foram trasladados para o Panteão Nacional.
Actualmente, é possível encontrar neste local o túmulo de Alexandre Herculano, um historiador e romancista português, do séc. XIX, tendo sido também o primeiro presidente do Município de Belém.
Sala do Capítulo com o túmulo de Alexandre Herculano
Antigo Refeitório
O Antigo refeitório é uma magnífica e enorme sala revestida de azulejos, do séc. XVIII, que representam cenas do Antigo e do Novo Testamento. No topo norte da sala é possível ver uma pintura a óleo de Avelar Rebelo, do séc. XVIII, que representa São Jerónimo. Já no topo sul, bem por cima da lareira, está uma pintura, do séc. XVI, que representa a Adoração dos Pastores.
O local foi construído pelo mestre Leonardo Vaz e os seus oficiais.
Este era o local onde os monges tomavam as suas refeições, num ambiente solene, obedecendo sempre a determinadas regras de comportamento, estando proibidos de falar, uma vez que havia sempre um monge a ler passagens da Bíblia ou de algum outro livro religioso.
Antigo Refeitório
Desde 1907 que o Mosteiro dos Jerónimos está classificado como Monumento Nacional e em 1983 passou a integrar a lista do Património Mundial da UNESCO, em conjunto com a Torre de Belém. Mais tarde, já em 2007 foi eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal, algo que conseguimos perceber bem porquê. De facto este é um lugar maravilhoso e encantador e com um passado tão importante e emblemático para a história de Portugal.
E vocês já conseguiram descobrir o Mosteiro dos Jerónimos? O que acharam? Se ainda não conhecem espero que tenham ficado curiosos e que em breve possam visitar este maravilhoso monumento.
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3 thoughts on “Descobrir o Mosteiro dos Jerónimos”