As Gallerias Vittorio Emanuele II são um verdadeiro ícone arquitetônico de Milão. Localizada entre a Piazza del Duomo e a Piazza della Scala, esta verdadeira obra de arte ganhou fama pelas várias lojas de luxo, mas também por ser um exemplo da histórica, cultura e arte.
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A história das Gallerias Vittorio Emanuele II
As Gallerias Vittorio Emanuele II, considerada a mãe de todas as galerias italianas, foi iniciada no século XIX, com marcada influência das tradicionais galerias parisienses. Segundo se conta Carlo Cattaneo, por volta de 1839, teve a ideia de construir uma espécie de corredor entre o Duomo de Milão e o Teatro alla Scala, de forma a remodelar a área junto à Catedral, ao mesmo tempo que pretendia encurtar caminho entre dois dos principais pontos da cidade. Esta ideia concretizou-se já em 1863, depois de um concurso ganho pelo arquiteto Giuseppe Mengoni, que apresentou um projeto elegante e amplo. A cerimónia de lançamento da primeira pedra ocorreu a 7 de Março de 1865, pedra esta colocada pelas mãos do próprio Rei Vittorio Emanuele II.

Pouco anos após a sua inauguração, o local ganhou o apelido de “sala de estar de Milão”, sendo o palco da vida burguesa da cidade, que além de gostar de frequentar lojas elegantes, gostava acima de tudo de frequentar bons cafés e restaurantes. Com o tempo o local tornou-se também parte importante da vida política milanesa e ponto de encontro de cantores, músicos e até artistas. Aliás, no início do século XX, com o surgimento do movimento artístico futurismo, era nos corredores das galerias que Tommaso Marinetti, fundador do movimento, e os seus seguidores se reuniam.
Gallerias Vittorio Emanuele II
As Gallerias Vittorio Emanuele II foram batizadas com o nome do primeiro Rei de Itália por dois motivos, o primeiro como consequência do entusiasmo da recém independência da Áustria mas por outro lado, o conselho municipal esperava também obter mais facilmente as licenças para a desapropriação dos vários edifícios necessários para efetuar a obra. Algo que na época só acontecia por decreto real.
A arquitetura
As galerias foram construídas seguindo uma planta transversal, com estrutura reticular, onde os materiais escolhidos, ferro e vidro, eram robustos e resistentes mas também elegantes. A planta além do corredor principal possui dois braços laterais, com a mesma largura mas comprimentos diferentes, com um total de cerca de 20000 metros quadrados. Um dos lados possui cerca de 105 metros de comprimentos, enquanto que outro cerca de 196 metros. Nos braços laterais surgem diversas alusões a diferentes setores, que fazem parte da cultura da Lombardia, como a ciência, a indústria, a agricultura e a arte.
Destaques das Gallerias Vittorio Emanuele II
Toda a decoração interior das galerias é absolutamente magistral, com as suas paredes cobertas de belas decorações, com imagens em grafite, estuque e imitação de mármore. Já no seu piso, ao centro é possível ver um belo mosaico, onde está representado o brasão da Casa de Saboia. Enquanto nas laterais temos outros mosaicos com os signos do zodíaco e representações dos brasões de 4 cidades que já foram capitais do Reino de Itália, Milão, Turim, Florença e Roma.


Um dos elementos mais bonitos das galerias é a sua entrada. Ali temos um magnífico arco triunfal, que se ergue junto à Catedral de Milão. Este majestoso arco é encimado com a escrita “A Vittorio Emanuele II. I Milanesi“, de forma a lembrar que as galerias surgem em sua homenagem.

Outro dos mais belos destaques das galerias é a sua cúpula. Esta é um gigante octógono de 36,66 metros de diâmetros e uma altura de cerca 47 metros do solo ao topo. A estrutura é composta por 353 toneladas de ferro assim como 7 milhões e 850 mil metros quadrados de chapas de vidro listrado.

Ao redor da cúpula estão representados os quatro continentes, oficialmente reconhecidos na época, Europa, América, Ásia e África. A Europa surge representada por uma mulher com roupas antigas e protegida por um homem alado, que segura o louro. Esta pintura é da autoria da Angelo Pietrasanta. Já a América surge como uma mulher a ser caçada por um indígena e vários afro-americanos. Uma obra da autoria de Raffaele Casnedi. A Ásia surge representada por uma mulher sentada num trono, presenteada por várias figuras com feições asiáticas. Uma obra de Bartolomeo Giuliano. Por fim, África surge representada por uma mulher vestida com roupas egípcias, ladeada por um leão e um homem negro. Uma obra de Eleutério Pagliano.


Locais históricos nas Gallerias Vittorio Emanuele II
As Gallerias Vittorio Emanuele II, também chamada “Il Salotto di Milano” (sala de estar de Milão), servia de espaço onde a burguesia da época pudesse passear, se encontrar e jantar depois dos espetáculos no Scala. Mas não pense que qualquer estabelecimento poderá ali abrir portas ou mesmo em quaisquer condições. De acordo com o regulamento municipal, todos os estabelecimentos têm de usar letras douradas, padronizadas, num fundo preto, na sua fachada. Com capacidade para cerca de 100 estabelecimentos, alguns destes estabelecimentos comerciais estão ali desde a abertura ou há mais de um século. São exemplo disso, o Restaurante Savini, o Restaurante Biffi, o Café Camparino, a Livraria Bocca e ainda a primeira loja da Prada, a Fratelli Prada.

Curiosidades das Gallerias Vittorio Emanuele II
A inauguração das Gallerias Vittorio Emanuele II surge associada a uma grande tragédia, com a morte do engenheiro Giuseppe Mengoni na véspera da inauguração. O criador das galerias morreu ao cair de um andaime no local, durante as inspeções finais. Se muitos acreditam que foi um acidente, outros tantos acreditam que poderá ter sido suicídio, pois a obra foi fortemente criticada pelos italianos, em parte devido à inspiração francesa para a construção das galerias.
Uma das tradições mais famosa das Gallerias Vittorio Emanuele II está associada ao brasão de Turim, o famoso touro da galeria. Aqui os visitantes, pisam os testículos do touro enquanto vão girando. Segundo as lendas, este ato dá boa sorte, sendo repetida diariamente por centenas de turistas.

Os mosaicos do chãos das galerias são frequentemente restaurados, devido ao fluxo enorme de pessoas, o que os danifica com alguma frequência.
As Gallerias Vittorio Emanuele II servem de cenário a um dos mais famosos quadros do Movimento Futurista, o “Rissa in galeria”, do pintor Umberto Boccioni. Esta pintura retrata uma discussão entre mulheres, na frente do bar Camparino.
É fácil perceber porque as Gallerias Vittorio Emanuele II surgem como um dos monumentos mais interessantes de Milão.
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3 thoughts on “Descobrir as Gallerias Vittorio Emanuele II, a sala de estar de Milão”