Salamanca é das poucas cidades de Espanha que possui duas catedrais, que vivem em harmonia uma bem ao lado da outra. A Catedral Velha de Salamanca, do século XII, é uma catedral modesta, que representa o orgulho gótico e românico. Já a Catedral Nova de Salamanca, mais conservadora, é um marco artístico da capital do Tormes.
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Catedral Velha de Salamanca
A Catedral Velha de Salamanca, construída entre os séculos XII e XIV, em estilo românico, é dedicada a Santa Maria de la Sede. A ideia inicial, aquando da construção da Catedral Nova era a sua demolição após a conclusão do novo templo. Contudo quando as obras foram concluídas, essa ideia foi reconsiderada, tendo-se decidido manter as duas catedrais de Salamanca.
A história da Catedral Velha de Salamanca
A Catedral Velha de Salamanca, também conhecida como Catedral de Santa Maria, foi fundada pelo bispo Jerónimo de Périgord. Durante a sua construção foi possível ver o estilo românico começar a dar lugar ao gótico, tornando a catedral numa bela mistura dos dois estilos.
Exterior da Catedral Velha de Salamanca
A fachada principal da Catedral Velha de Salamanca perdeu parte do seu valor artístico aquando da grande remodelação que ocorreu no templo, durante o século XVII. O elemento mais notável deste monumento é a famosa Torre de Galo, uma bela cúpula cuja construção ocorreu por volta de 1150, que possui um formato cônico e com decoração em escamas.
A Catedral Velha de Salamanca possui ainda a Torre Sineira, de planta quadrada, partilhadas pelas duas catedrais de Salamanca e que possuía funções de vigilância e a Torre Mocha, que possuía funções de defesa.
Interior da Catedral Velha de Salamanca
A Catedral Velha de Salamanca possui uma planta basílica com três naves e transepto, que formam uma cruz latina. Apesar de ser uma catedral românica, a sua nave central apresenta um momento de transição para o gótico, onde os capitéis e estantes estão adornados por figuras de personagens bíblicas, animais, decoração vegetal e máscaras. A nave do Evangelho, cortada em largura pela construção da Catedral Nova de Salamanca, possui o altar dedicado a Santa María la Blanca assim com o túmulo de Diego de Vera e Paz. Já na Nave da Epístola é possível encontrar o túmulo de Dom Maurio Rubio Repullés.
Capela-Mor
Um dos elementos mais bonitos de toda a catedral é o retábulo-mor, do século XV, composto por 53 painéis de três artistas italianos diferentes, Dello Delli, Nicolás Delli e Sanson Delli e que embeleza a Capela-Mor. O retábulo apresenta o ciclo da Virgem Maria e de Jesus Cristo, desde o nascimento de Maria até ao dia do Juízo Final. Além das magníficas pinturas faz também parte do retábulo uma imagem de madeira da Virgem de la Vega, padroeira da cidade e que provém do Mosteiro de Santa Maria de la Vega. Na Capela-Mor é ainda possível encontrar as lápides da Infanta Dona Mafalda, filha do rei Alfonso VIII e de Juan Fernández, neto de Alfonso IX de Leão, entre outras.
Capela de São Martinho
A Capela de São Martinho, também conhecida como Capela do Óleo, localiza-se sob a Torre Sineira. Esta capela possui na parede uma pintura enorme de São Martinho a partilhar o seu manto. Mas o principal destaque vai para as bonitas pinturas adornadas com escudos dos reinos de Leão e Castela, da autoria de Antón Sánchez de Segovia e para o falso retábulo em torno de uma imagem tridimensional da Virgem Theotokos. Além disso é possível encontrar vários túmulos de bispos, nomeadamente do Bispo Rodrigo Díaz e de Pedro Péres, fundador da capela.
Complexo de claustros, capelas e antigas casas capitulares
O Complexo de claustros, capelas e antigas casas capitulares foram o local onde se iniciou aquela que viria a ser a famosa Universidade de Salamanca. O claustro inicial ficou totalmente destruído durante o terramoto de Lisboa de 1755, tendo sido posteriormente reconstruído. Os claustros são circundados por um conjunto de capelas, como por exemplo a Capela de San Salvador, a Capela de Santa Bárbara e a Capela de Santa Catarina, entre outras.
A Capela de San Salvador é a mais antiga de todas as capelas e foi fundada por Rodrigo Maldonado. Já a Capela de Santa Bárbara, fundada pelo bispo Juan Lucero, possui uma belíssima mesa de altar feita com azulejos de Talavera. Por fim, a Capela de Santa Catarina, fundada pelo Bispo Vidal é a maior capela do Claustro.
Atualmente, as Casas Capitulares são utilizadas como Museu da Sé, sendo três espaços distintos acrescentados ao claustro no século XVI. O Museu alberga algumas obras do tesouro da Catedral de Salamanca, nomeadamente uma magnífica coleção de pinturas do século XV e XVI.
Catedral Nova de Salamanca
Dedicada à Assunção da Virgem, a Catedral Nova de Salamanca, construída entre 1513 e 1733, pretendia fazer face ao aumento populacional da cidade. Esta caracteriza-se por uma mistura de estilos gótico-tardio, renascentista e barroco, sendo a catedral mais alta de Espanha. A sua construção permitiu a preservação da Catedral Velha de Salamanca.
A história da Catedral Nova de Salamanca
A ideia de construir a Catedral Nova de Salamanca surge no século XV, quando ocorre um crescimento demográfico da cidade e a catedral velha torna-se pequena e escura para albergar tanta gente. Assim, em 1509 o Rei Dom Fernando ordenou aos arquitetos Antón Egas e Alonso Rodríguez que projetassem o novo templo.
Exterior da Catedral Nova de Salamanca
A fachada principal da Catedral Nova de Salamanca é absolutamente incrível e cheia de detalhes. Exemplo disso, são as portas repletas de relevos que representam as cenas do Nascimento e da Epifania, abrigadas sob um magnífico arco ogival com as imagens do Calvário, ladeadas pelas efígies dos Santos Pedro e Paulo. Numa outra fachada, a fachada poente, é possível ver um interessante conjunto escultórico da entrada de Jesus em Jerusalém, também ele maravilhoso.
Interior da Catedral Nova de Salamanca
A Catedral Nova de Salamanca é uma igreja retangular, composta por três naves e capelas de nicho entre contrafortes. Este templo possui 18 capelas, que conferem ao local um esplendor único.
Capela-Mor
A Capela-Mor, construída na segunda metade do século XVIII possui uma magnífica abóbada estrelada policromada e dourada. Outros dos destaques da capela são a imagem da Assunção, de Esteban de Rueda, um sacrário, a urna em prata com os restos mortais de San Juan de Sahagún e São Tomás de Villanueva.
Coro
O Coro da Catedral Nova de Salamanca, localizado a meio da nave principal, foi construído entre 1710 e 1733. É um dos magníficos conjuntos barrocos espanhóis com um complexo programa teológico. É composto por um coro alto e um coro baixo, entre os quais se distribuem os diferentes palco e poltronas. Nos assentos do coro alto é possível ver representados as imagens de corpo inteiro de Cristo Salvador, do Colégio Apostólico, dos Evangelistas, dos Santos da Igreja local de Salamanca assim como dos Padres da Igreja, dos Santos da Igreja Hispânica e dos Chefes das principais sedes da Coroa Espanhola. Já no cor baixo é possível encontrar diversos bustos de santos e virgens.
Capelas
A Catedral Nova de Salamanca é composta por diversas capelas e altares laterais, que a tornam absolutamente única. Assim, vale destacar a Capela Dourada, encomendada pelo arquidiácono de Alba Francisco Sánchez de Palenzuela, em 1515. As paredes desta bonita capela estão decoradas com cerca de 110 estátuas douradas, que retratam personagens do Antigo e Novo Testamento, entre Apóstolos, Santos e profetas. Existem também vários arcossólios com respectivos túmulos, nomeadamente o do fundador da capela.
Outra capela que merece destaque é a Capela da Nossa Senhora das Dores, ou do Santíssimo Sacramento, com a sua bela cúpula neoclássica. fundada pelo racionero Juan M. García Serrano, esta capela destaca-se pelo seu retábulo neoclássico, desenhado por Juan de Sagarvinaga, e que é coroado por uma imagem de Deus Pai e alguns Anjos mas também pela imagem da Pietà de Luis Salvador Carmona.
Temos também a Capela de Cristo das Batalhas, que alberga a imagem românica do Cristo de las Batallas, doado pelo bispo Jerónimo, primeiro bispo de Salamanca após o repovoamento da cidade. O retábulo que abriga a imagem é da autoria de Alberto de Churriguera. Nesta capela é possível ainda encontrar o túmulo do Bispo Jerónimo.
Sacristias
A construção das sacristias iniciou-se em 1752 e foram iniciadas por Manuel de Larra Churriguera. Este conjunto é composto pela Sacristia dos Capelães, Sacristia dos Cónegos, Tesouraria, Relicário, Caso do Capítulo, Casa do Sacristão e armazéns.
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