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Descobrir o Mosteiro da Batalha

Mosteiro da Batalha

O artigo de hoje pretende dar-vos a descobrir o Mosteiro da Batalha. Este belo mosteiro, também conhecido como Mosteiro de Santa Maria Vitória surgiu da promessa feita por D. João I, em pleno campo de batalha, à Virgem Maria. Este prometeu a edificação de um mosteiro caso saísse vencedor desta batalha histórica, algo que está descrito no testamento redigido por Lopo Afonso, em 1426. 

 
descobrir o mosteiro da batalha
Mosteiro da Batalha
 

História

Não existe certeza quanto à data exacta do início das obras do Mosteiro, mas acredita-se que o mesmo ter-se-á iniciado um ano ou dois após a Batalha de Aljubarrota (1385). Terá sido Afonso Domingues, o primeiro arquitecto do projecto, que concebeu a planta geral do complexo monástico, constituído pela igreja com a sacristia, o claustro real com a sala do capítulo, o dormitório, a cozinha e o refeitório. Mais tarde, foi Huguet que continuou as obras e terminou o trabalho iniciado pelo seu antecessor e ainda acrescentou a Capela do Fundador, para servir de panteão a D. João I e as Capelas Imperfeitas, encomendadas por D. Duarte também para servir de panteão. Seguiu-se Fernão Évora que conduziu as obras do claustro de D. Afonso V e outros mestres foram acrescentando valor a este belo monumento.
 
descobrir o mosteiro da batalha - Porta principal
Porta Principal do Mosteiro
 

Leia também Descobrir o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra


Igreja

A Igreja de Santa Maria da Vitória surge devido ao forte desejo de D. João I expressar e afirmar o seu poder através de um programa monumental, criando o seu próprio panteão.
Esta é uma igreja de planta em cruz latina, composta por três naves, duas laterais de menores dimensões e a nave central, que é uma das maiores de todas as igrejas portuguesas, elevando-se a 3,25 metros de altura. As três conduzem ao transepto e à capela mor, com o seu arco triunfal acairelado e com dois andares e com maravilhosos vitrais, encomendados por D. Manuel I e feitos pelos grandes pintores daquela época, com destaque para Francisco Henriques.

Capela Mor
À entrada encontramos o túmulo raso de Mateus Fernandes e à direita a do Cavaleiro Diogo Gonçalves de Travaços. A igreja é ainda constituída por mais quatro capelas poligonais, a capela de S. Miguel, a capela de Nossa Senhora da Piedade, a capela de Nossa Senhora do Rosário e a antiga capela de Santa Bárbara.
Por volta de 1425, o local sofreu alterações, para ser construída a Capela do Fundador, o primeiro local em Portugal a servir como panteão régio.

descobrir o mosteiro da batalha - Igreja Santa Maria Vitoria
Igreja de Santa Maria Vitória

Capela do Fundador

A Capela do Fundador, localizada à direita do Mosteiro, logo a seguir à entrada principal, foi pensada por D. João I para servir de Panteão para toda a sua linhagem, a dinastia de Avis. Foi construída pelo mestre Huguet, em 1426, com uma planta quadrada, possuindo ao centro um octógono que surge como baldaquino glorificador do túmulo conjunto de D. João I e D. Filipa de Lencastre, assente sobre oito leões. Este túmulo foi o primeiro túmulo conjugal em Portugal e foi feito por vontade expressa do Rei D. João I. Sobre a tampa do túmulo encontramos esculpidos os jacentes emparelhados do casal, que surge de mão dada, onde o rei é apresentado com a sua armadura de guerreiro e na mão esquerda a espada e a rainha surge com um manto e com a bíblia na mão.

Pormenor da arca tumular de D. João I e D. Filipa de Lencastre

A ladear o túmulo temos os túmulos dos filhos de D. João I, denominados de “íclita geração”, os infantes, cada um com a respectiva mote e escudos, D. Fernando, o Martir de Fez, D. João, Mestre da Ordem de Santiago e a sua esposa D. Isabel de Barcelos, D. Henrique o Navegador, Duque de Viseu e Mestre da Ordem de Cristo e D. Pedro, Duque de Coimbra e sua esposa D. Isabel de Aragão.
E mais tarde foram ainda sepultados o Rei D. Afonso V e a sua esposa D. Isabel de Coimbra, o Rei D. João II, neto e bisneto do Rei D. João I e ainda o príncipe herdeiro D. Afonso, filho de D. João II. 

Sepultado junto à Capela do Fundador, ainda hoje a guardar o Panteão Real, temos a campa de Martim Gonçalves de Maçada, que salvou a vida do rei D. João I, na Batalha de Aljubarrota.

descobrir o mosteiro da batalha - Capela do Fundador
Capela do Fundador

Claustro de D. João I

O Claustro de D. João I, também conhecido como claustro real, foi idealizada e iniciada por Afonso Domingues e concluída após a campanha manuelina, por Mateus Fernandes. A sua construção inicial, composta por 4 galerias é de estilo gótico, mas Mateus Fernandes decorou todo o interior com um fino rendilhado manuelino, vários motivos vegetalinos, cruzes de Cristo e esferas armilares. Aqui é possível ainda encontrar o Coruchéu da Cegonha e uma pequena torre sineira.
Claustro Real
Jardim do Claustro Real

É neste claustro que se encontra o pavilhão do lavatório, onde esta um belo lavatório, de traço manuelino, constituído por várias taças sobrepostas e onde ainda hoje corre água. Este local servia para os frades higienizarem as mãos antes e depois de comer, já que bem próximo se encontrava o refeitório.

Lavatório

Sala do Capítulo

Iniciada por Afonso Domingues e terminada por Huguet, a famosa sala do Capítulo é conhecida quer pela sua magnífica abóbada de estrela, quer pela sua fantástica porta de acesso, com um grande arco ogival, ladeada pelas amplas janelas, quer pelo seu belo vitral, que é o mais bem conservado conjunto de vitrais primitivos que embelezavam as janelas do Mosteiro, este belo exemplar data do séc. XV e é dedicado à Paixão de Cristo.
Depois da igreja esta era a sala de maior relevo na vida diária dos frades dominicanos, pois era o local onde estes se reuniam para escutar e reflectir os diversos capítulos da regra monástica e discutir os assuntos relevantes do seu quotidiano.

Vitral da Sala do Capítulo
É também nesta sala que se encontra o túmulo do soldado desconhecido, onde se encontram os restos mortais de dois soldados desconhecidos, mortos na Grande Guerra. Junto ao lapidário monumental, arde permanentemente a “Chama da Pátria”. Este lapidário é uma obra do Mestre Lourenço de Almeida, oferecido pela 5ª Divisão Militar de Coimbra, e é uma peça de arte revivalista que pretende representar os soldados de todos os tempos.

descobrir o mosteiro da batalha - Tumulo do soldado desconhecido
Túmulo do Soldado Desconhecido

Antigo Refeitório

Já pouco resta deste local, apenas um púlpito que está numa das paredes e que servia para um dos frades proceder às leituras sagradas, quando os restantes se encontravam a comer. Actualmente, este espaço é utilizado como Museu de Oferendas ao Soldado Desconhecido e onde estão expostos todos os tributos feitos por outras nações, personalidades e ex-combatentes.

Claustro D. Afonso V

O claustro D. Afonso V é bem mais simples que o claustro real e reflete um ar mais austero. Foi construído durante a segunda metade do séc. XV, tendo sido um dos primeiros claustros em Portugal com dois pisos. Era aqui que se encontravam várias dependências monacais, nomeadamente, a cozinha, a casa de lenha e do azeite, a dispensa, um refeitório pequeno, o lagar do vinho e várias oficinas, todos no primeiro piso. Já no segundo piso era possível encontrar os dormitórios, a enfermaria, a livraria e o cartório.

Jardim do claustro D. Afonso V
descobrir o mosteiro da batalha - Claustro D. Afonso V
Claustro D. Afonso V
 

Capelas Imperfeitas

As Capelas Imperfeitas terão sido mandadas construir pelo Rei D. Duarte, para servir de panteão privado seu e da sua família. Tem um formato octogonal e apresenta sete pequenas capelas ligadas entre si por aquilo que se julga que seria a sacristia. Cada uma das capelas apresenta as armas e os símbolos daqueles que iria acolher.  Contudo, a morte do rei D. Duarte e no ano seguinte do mestre Huguet, responsável pela construção, inviabilizaram a conclusão deste local.
 
Capelas Imperfeitas
 
Aqui é ainda possível ver um deslumbrante e imponente portal manuelino que dá acesso às capelas e que possui cerca de 15 metros de altura, tendo sido construído por Mateus Fernandes, no séc. XV.
 
Portal Manuelino
 
Sobre o portal é possível ver uma bonita construção que se destaca, parecendo ser uma varanda, de estilo renascentista, que terá sido feita no reinado de D. João III, na tentativa de concluir a construção deste local. Esta bonita varanda, uma jóia da arquitectura clássica é da autoria de Miguel de Arruda. Apesar de actualmente não possuir muitos túmulos, ainda é possível ver o túmulo de D. Duarte, na capela bem em frente ao portal manuelino.
 
Varanda Renascentista
Túmulo de D. Duarte e da sua esposa
 

O Mosteiro

 
O Mosteiro de Santa Maria da Vitória é o monumento mais significativo do Gótico em Portugal e é uma das referências do país quer a nível de escultura decorativa quer a nível da sua tumulária. Mas não é só o gótico que está presente neste belo monumento, é também possível encontrar o estilo manuelino, nomeadamente no Claustro Real e nas Capelas Imperfeitas, mas também o estilo renascentista na varanda que se encontra nas Capelas Imperfeitas.
 
Pormenor do Mosteiro
 
E assim termina o nosso artigo sobre Descobrir o Mosteiro da Batalha. Espero que tenham gostado e caso ainda não conheçam o Mosteiro da Batalha vos tenha aguçado o apetite para o visitarem.

Caso gostem deste tipo de conteúdo não podem então deixar de ler o artigo do blog Worldby2 intitulado Portugal – Lisboa | Mosteiro dos Jeronimos. Onde vos é dado a conhecer o Mosteiro dos Jerónimos e a sua história.

Para verem o nosso roteiro pela Vila da Batalha acedam aqui.

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