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Descobrir o Convento de Cristo em Tomar

Convento de Cristo

O Convento de Cristo é um antigo convento católico, localizado em Tomar. Classificado como Património Mundial, pela UNESCO em 1983, é um monumento que está intimamente ligado aos primórdios do Reino de Portugal e ao importante papel da Ordem dos Templários neste país.

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A história do Convento de Cristo

O início da construção do Convento de Cristo remonta ao ano de 1160 e prolongou-se até ao final do século XVII. Este é um importante conjunto arquitetónico, composto pelo Castelo Templário, a Mata dos Sete Montes, a Ermida de Nossa Senhora da Conceição, o Aqueduto dos Pegões e o Convento propriamente dito. Este foi um importante reduto templário, fundado por Gualdim Pais, no reinado de Dom Afonso Henriques e que mais tarde passou para as mãos dos Cavaleiros da Ordem de Cristo, quando a Ordem dos Templários foi extinta.

Com o início do período dos Descobrimentos Portugueses, o Infante Dom Henrique inicia a ampliação do Convento, que até aí era composto pelo Castelo templário e a Charola românica, que servia de oratório e de atalaia militar. Durante o apogeu da Expansão Portuguesa constrói-se a Igreja Manuelina e restruturada a Charola. Mais tarde, com a reforma religiosa imposta por Dom João III, os freires da Ordem Militar de Cristo passam a estar obrigados a viver em clausura e com isso o Convento de Cristo passa por uma nova reforma, desta vez a cargo do arquiteto João de Castilho.

O Convento de Cristo

Os Templários deixaram um legado de histórias e lendas mas também de monumentos que são autênticas joias arquitetônicas, como o Convento de Cristo. Este magnífico monumento cruza tempos e linguagens artísticas, tornando-se um autêntico livro da arte nacional, onde o românico, o gótico, o manuelino, o renascimento e o barroco estão expostos em cada pormenor.

Sacristia Nova

A Sacristia Nova edificada no final do século XVI pelo mestre de obras do Convento, Francisco Lopes, durante o reinado de Dom Filipe I, está onde anteriormente funcionou a casa do capítulo henriquina. A sacristia nova, de estilo maneirista, destaca-se pelo seu magnífico teto onde é possível ver a esfera armilar, o escudo coroado, a Cruz da Ordem de Cristo assim como o brasão de armas espanhol.

Teto da Sacristia Nova
Teto da Sacristia Nova

Igreja

A construção da Igreja do Convento de Cristo surge no início do século XVI, a mando de Dom Manuel I, Rei de Portugal e Governador da Ordem de Cristo. Ou seja, a seu mando a Charola é ampliada para ocidente sob a supervisão dos arquitetos Diogo de Arruda, autor das fachada, e do espanhol João de Castilho, autor das abóbadas, do arco triunfal bem como do portal. Assim nasce uma igreja que resulta numa mistura do gótico tardio e renascentista, que mais tarde denomina-se de estilo manuelino. A entrada para a igreja faz-se através de um maravilhoso portal, decorado com motivos manuelinos e estátuas da Virgem com o Menino e dos Profetas do Antigo Testamento.

Charola

A Charola era o local de oração privado dos Cavaleiros, tendo sido o primeiro oratório românico dos Templários na cidade de Tomar, que faz a evocação à morte e ressureição de Cristo. Construída em 1160 por Dom Gualdim Pais, apenas ficou concluída 30 anos depois. A sua planta tem um formato octogonal, com um deambulatório, onde os monges-cavaleiros andavam à volta em oração. A Charola atual resulta de uma confluência de estilos românico e gótico, acompanhado de uma decoração manuelina assim como de um conjunto de magníficas pinturas e esculturas quinhentistas. As pinturas são atribuídas à oficina do pintor da corte de Dom Manuel I, o português Jorge Afonso, enquanto que as esculturas são atribuídas ao escultor flamengo Olivier de Gand e ao espanhol Hernán Muñoz. Se inicialmente serviu de oratório privados dos Cavaleiros Templários, mais tarde passou a funcionar como capela-mor da igreja manuelina.

Charola do convento de Cristo
Charola

Corpo da Igreja

A nave manuelina da igreja encontra-se ligada à Charola por um grande arco e está coberta por uma magnífica abóbada nervurada. Além disso, possui um belíssimo coro alto, onde se encontrava um notável cadeiral de Olivier de Gand, mas que infelizmente foi destruído durante as Invasões Francesas, no início do século XIX.

Igreja Manuelina e Claustro da Hospedaria do Convento de Cristo
Igreja Manuelina e Claustro da Hospedaria

Janela do Capítulo

A nave da igreja manuelina surge grandiosamente adornada com escultura simbólica, heráldica e sacra. Algo bem patente na famosa Janela do Capítulo, também conhecida como Janela Manuelina, encomendada a Diogo de Arruda e que representa todo o esplendor do reinado de Dom Manuel I. Esta magnífica janela está ladeada por dois gigantescos contrafortes e adornada com elementos marinhos, como cordas, corais ou bóias, com as insígnias da Ordem, como a cruz heráldica, esfera armilar, brasão do reino e ainda com figurações simbólicas da Ordem de Cristo e das Descobertas. Acima da Janela do Capítulo está uma janela circular e uma balaustrada também elas decoradas com motivos manuelinos.

Janela Manuelina
Janela Manuelina

Casa do Capítulo

A Casa do Capítulo é uma obra inacabada da empreitada do Rei Dom Manuel I, construída em frente ao pórtico da Igreja. Esta começou a ser construída pelo arquiteto João Castilho mas a sua construção deu-se de forma bem estranha, ou seja, começou de cima para baixo e nunca foi terminada. Era aqui que se realizavam as reuniões entre freires e cavaleiros da Ordem de Cristo. Por outro lado, este acabou por se tornar um dos locais mais simbólicos do convento pois ocorreram aqui as Cortes de Tomar, onde Filipe I se torna Rei de Portugal.

Dormitório

O Dormitório, localizado no piso superior do Convento de Cristo, é composto pelo Corredor do Cruzeiro, por ter a forma de cruz orientada pelos pontos cardeais. Bem no centro, a nascente existe uma capela. Já as celas, quartos dos freires, eram individuais e tinham janelas viradas para os claustros. Contudo, de maneira a impedir comunicação entre os religiosos, colocaram-se no exterior das janelas duas pedra, que impedem a visão lateral.

Corredor do Dormitório
Corredor do Dormitório

Calefatório

O Calefatório, localizado no corredor do Cruzeiro junto às celas, é uma grande lareira que pertencia aos Sistema de aquecimento dos quartos. O ar circulava por convecção térmica e passava numa caixa de ar existente por cima dos quartos.

Calefatório
Calefatório

Refeitório

O Refeitório, localizado no claustro da Micha, é uma sala ampla com duas enormes mesas corridas e respectivos bancos, onde o principal destaque vai para o teto e para dois púlpitos localizados frente a frente nas paredes mais compridas. O teto possui uma abóbada de canhão, assente numa cornija contínua.

Refeitório
Refeitório

Cozinha

A Cozinha, também ela localizada no Claustro Micha, possui um grande forno onde era confeccionado o pão consumido no convento. Mas servia também para cozinhar o pão, que depois se distribuía pelos pobres, prática comum no Convento. Estes iam até ao Convento para receber a “micha”, um pão que servia para alimentar a família.

Cozinha
Cozinha

Cisterna

A Cisterna, localizada por baixo do claustro dos Corvos, era o espaço destinado a armazenar as águas pluviais, para a utilização doméstica e regas. Mas existiam várias cisternas ao longo do Convento, a maior das quais no claustro da Micha.

Cisterna
Cisterna

Os Claustros

O Convento de Cristo é um dos edifícios com mais claustros em todo o mundo, dois deles foram edificados na época do Infante Dom Henrique e os restante construídos posteriormente. Os claustros construídos durante a governação do infante, eram de estilo gótico e apresentam estruturas de arcadas quebradas sobre colunas grupadas. Os claustros renascentistas foram acrescentados durante a ampliação ocorrida a cargo de João Castilho.

Pormenor do Claustro do Cemitério
Pormenor do Claustro do Cemitério

Claustro Principal

O Claustro Principal, também conhecido como Claustro de Dom João III, é a obra prima do convento renascentista edificado pelo Rei Dom João III, sendo um dos mais importantes exemplos da arquitetura maneirista em Portugal. Este claustro faz parte do grupo de 4 grandes claustros em torno dos quais assenta a estrutura do convento. O Claustro Principal é contíguo à igreja conventual e flanqueia a fachada sul da nave. Foi reformado por Diogo Torralva, que lhe acrescentou o estilo maneirista do Cinquecento italiano e lhe adicionou uma bonita fonte, de Pedro Fernandes Torres, alimentada pela água do aqueduto do convento. Este é um claustro de dois pisos, ligados entre si por 4 elegantes escadas em caracol, ao mesmo tempo o claustro liga o dormitório dos monges à igreja.

Claustro da Lavagem

O Claustro da Lavagem é um claustro gótico de dois andares, construído por volta de 1433 sob o reinado de Dom Henrique e que fazia a articulação entre o claustro do Cemitério e o Paço do Infante. Era aqui que as vestimentas dos monges eram lavadas, daí o nome dado ao claustro. Dali é possível ver as ruínas da casa senhorial do Infante Dom Henrique.

Ruínas da Casa Senhorial do Infante Dom Henrique
Ruínas da Casa Senhorial do Infante Dom Henrique

Claustro de Santa Bárbara

O Claustro de Santa Bárbara, construído no século XVI, é um claustro de dimensões mais modestas e está encostado à fachada ocidental da Igreja Manuelina. Dali é possível ver da Janela Capitular assim como a fachada poente da nave manuelina da igreja. Este claustro acabou por ocupar um lugar chave, sendo um local de transição entre as antigas e novas edificações.

Claustro das Necessárias

O Claustro das Necessárias é um pequeno claustro onde se situa a foz do tanque da água assim como um poço subterrâneo das instalações sanitárias do convento.

Claustro da Hospedaria

O Claustro da Hospedaria, construído entre 1541 e 1542 destinava-se a receber os visitantes do convento, possuindo assim um aspeto nobre. Composto por contrafortes de secção quadrangular está coberto por abóbadas de nervuras e as suas galerias constituídas por 4 lados de dupla arcada, de volta perfeita.

Claustro da Hospedaria
Claustro da Hospedaria

Claustro da Micha e dos Corvos

Os Claustros da Micha e do Corvo são bastante semelhantes ao Claustro da Hospedaria, embora sejam menos e com acabamentos mais simples. Até porque estes claustros eram compostos por áreas funcionais diversas, destinadas ao noviciado e à assistência.

Claustro do Cemitério

O Claustro do Cemitério foi construído na segunda fase de construção sob o domínio do Infante Dom Henrique com o mais pronunciado estilo gótico tardio. Ali encontram-se as sepulturas de alguns dos mais notáveis membros da Ordem de Cristo mas também de alguns religiosos desconhecidos, mandados transladar pelo Infante Dom Henrique, do Panteão da Igreja de Santa Maria dos Olivais. Uma das personalidades ali sepultadas é Diogo Gama, irmão do famoso navegador Vasco da Gama.

Claustro do Cemitério do Convento de Cristo
Claustro do Cemitério

As suas bonitas e elegantes colunas gémeas apresentam capitéis com motivos vegetalistas enquanto que as paredes do deambulatório estão magnificamente decoradas com azulejos do século XVI.

Castelo de Tomar

O Castelo de Tomar, construído por volta de 1160, num afloramento granítico, junto ao Rio Nabão, é um dos mais bonitos castelos portugueses. Esta bela fortificação de estilo românico, gótico e renascentista, tinha como função complementar a Linha do Tejo . Composto por uma dupla cintura de muralhas, era dividido em três áreas distintas. Na zona sul, estava o recinto da vila e onde hoje se encontra o laranjal. A norte, na zona mais elevada da colina, situava-se a casa militar dos Templários, rodeada pela Casa do Mestre, a Alcáçova e a Torre de Menagem assim como pela Charola. A terceira área era um vasto terreiro, hoje um belo jardim.

Castelo de Tomar
Castelo de Tomar

Aqueduto dos Pegões

O Aqueduto dos Pegões foi construído no século XVI, durante o reinado de Filipe I de Portugal. Ao tornar-se Rei de Portugal, Filipe I tornou-se Mestre da Ordem de Cristo e como tal, decidiu encomendar a Filipe Terzi, arquiteto mor do reino, a construção do Aqueduto do Convento. Este aqueduto tinha como finalidade levar a água para o convento e para as terras que faziam parte da Mata dos Sete Montes. Esta é uma grandiosa obra da engenharia hidráulica, com cerca de 6 quilómetros de comprimento e com 180 arcos. O aqueduto esteve em funcionamento até meados do século XX.

Ermida de Nossa Senhora da Conceição

A Ermida de Nossa Senhora da Conceição foi construída para servir de panteão régio ao Rei Dom João III, algo que nunca aconteceu. Este belo exemplar do renascimento do século XVI, foi edificado por João Castilho e demonstra a forte influência da arquitetura classicista italiana.

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