La Seu foi construída entre o séc. XIII e o séc. XV, sobre uma antiga catedral românica e onde anteriormente já tinha estado uma igreja visigoda e uma basílica paleocristã. Já a sua bela fachada de estilo neogótico só foi construída no séc. XIX. Este bonito monumento é dedicado à Santa Cruz ( cruz em que Jesus foi crucificado) e a Santa Eulália ( donzela martirizada pelos romanos e mais tarde santa padroeira da cidade), actualmente, é a sede do arcebispado da capital catalã.
La Seu
O seu aparecimento resultou não de uma construção de raiz mas antes de uma reforma da catedral românica pré-existente, sob as ordens de Jaume II, e vários foram os mestres de obra que estiveram envolvidos na sua construção, nomeadamente Bertran Riquer, Bernat Rocha, Arnau Bargués, Jaume Solà, Bartolomeu Vau e Andreu Escudero. Do trabalho destes magníficos mestres resultou uma catedral de 90 metros de cumprimento e 40 de largura, composta por 3 naves, inúmeras capelas, claustro, capela de Santa Lúcia (com entrada própria) e 2 campanários.
A sua bela fachada, projectada pelo arquitecto Josep Oriol Mestres, é o seu elemento mais moderno e embora se baseie no desenho original, do séc. XV, possui um estilo neogótico. Esta consta de uma portada flanqueada por duas belas torres com pináculos, estando decorada com inúmeras imagens de anjos e santos. É possível ainda ver oito vitrais renascentistas e modernistas, sendo um dos mais famosos Noli me Tangere, de Bartolomé Barmejo.
Porta da Catedral
Um dos elementos que mais se destaca é o seu belo zimbório, desenhado pelo arquitecto August Font e Carreiras, com uma altura de 70 metros e onde é possível ver a imagem de Santa Elena, mãe de Constantino, com uma cruz na mão.
Na parte exterior da Catedral é ainda possível observar duas belas torres campanárias, do final do séc. XIII. Em uma das torres é possível ver as horas e é onde se encontra o sino Eulália, na outra torre, encontram-se dez sinos, todos com nomes femininos e que se encarregam de dar as horas eclesiásticas.
Torre Campanária
O interior
O interior da catedral segue a mesma linha das catedrais góticas e divide-se em três naves, todas da mesma altura, que se encontram separadas por um conjunto de magníficos pilares. Já as várias capelas secundárias encontram-se distribuídas pelas naves laterais.
Interior da Catedral
Nave central
A nave central é extremamente bonita e possui elementos únicos e valiosos, nomeadamente o Altar Mor, o Coro e a Cripta de Santa Eulália. O Altar Mor, com cerca de 3 metros de altura é todo em mármore branco e está sustentado por dois capitéis do extinto templo visigodo que ali existiu. É possível ainda ver a imagem da Exaltação da Cruz, rodeada por seis anjos, do escultor Frederic Marinho e Deulovol.
Altar-Mor
Coro
O Coro, também conhecido como Coração, está magnificamente decorado e as suas obras começaram a mando do Bispo Ramon de Escadas, em 1390. Os magníficos muros do coração representam os profetas do Antigo Testamento e foram efectuados por Jordi de Deus e muitos outros bons artistas foram trabalhando para tornar este local tão belo.
Coração
Cripta
Saindo do coro e prosseguindo em direcção ao altar, encontramos uma escada que nos leva até à Cripta de Santa Eulália, bem por baixo do presbitério. Foi construída, no início do séc. XIV, pelo Jaume Fabré. A cripta abriga um sepulcro do séc. IX e um belo sarcófago gótico, onde foram colocados os restos mortais de Santa Eulália.
Cripta de Santa Eulália
Túmulos
Na Catedral estão os corpos de alguns governantes reais e pessoas importantes da cidade e da Coroa de Aragão. Bem ao lado da entrada para a sacristia, localizadas na parede, sobre uma pintura executada pelo pintor português Enrique Fernandes é possível ver os túmulos de Ramon Berenguer I, Conde de Barcelona e da sua esposa, Almodis Brand, entre outros.
Túmulos
Naves laterais
Nas naves laterais é possível ver várias capelas, que tornam a Catedral ainda mais bonita e única. É possível encontrar 8 capelas do lado do Evangelho, 10 capelas no Deambulatório, 7 do lado da Epístola e ainda 2 capelas à entrada.
Nave lateral esquerda
Entrando na Catedral e seguindo para à esquerda é possível ver a Capela do Batistério, onde se destaca a pia batismal, de mármore branco de Carrara, esculpida pelo artista florentino Onofre Julià, no séc. XV. Aqui é ainda possível ver o belo vitral Noli me tangere, representando Madalena com Jesus Ressuscitado, de Gil de Fontaner.
Capela do Batistério
Seguindo pelo lado do Evangelho encontramos a Capela de San Severo, que possui um dos retábulos mais bonitos da Catedral. Este belo exemplar barroco, do final do séc. XVII, é uma obra do escultor Francesc Santacruz e Artigas
Capela de São Severo
Segue-se a Capela de San Marc, onde se localiza um retábulo barroco, do séc. XVI, do artista Bernat Vilar, que veio substituir o retábulo primitivo gótico original, transladado para a Basílica de Santa Maria de Manresa. É ainda possível ver em ambos os lados da capela, duas bonitas pinturas a óleo, de Francisco Roig Tramulles, do séc. XVIII.
Capela de São Marco
Logo a seguir surge a Capela de San Bernadí, a última a ser construída e que inicialmente foi dedicada a São Marcos e só em 1431 passou a ser dedicada a São Bernardo.
No seu belo retábulo, do séc. XVIII, é possível ver as imagens de São Bernardo de Sienna, de São Miguel Arcanjo e de Santo António de Pádua.
Capela de São Bernardo
Na Capela da Virgen de Roser, é possível ver uma das mais importantes obras barrocas da Catedral, um retábulo do séc. XVII, de Agustí Pujol, onde se encontram vários relevos escultórios, dedicados à vida de Jesus e Maria.
Capela Virgem do Rosário
Continuando pelo lado do Evangelho aparece a Capela de Santa Magdalena, San Bartolomé e Santa Isabel, onde está exposto um retábulo gótico, do séc. XV, do pintor Guerau Janeiro. Nele é possível ver representado bem no centro São Bartolomeu e Santa Isabel, ladeados pelo Martírio de São Bartolomeu, Santa Isabel curando os enfermos, São Bartolomeu a pregar e os Milagres póstumo de São Bartolomeu, já na parte superior está representado o Calvário e Exorcismo da filha do Rei Polemis e a Intercepção milagrosa da Santa Isabel. Por fim, na parte de baixo é possível ver a Anunciação, o Nascimento do Senhor, a Virgem e a Criança rodeados por Santos e Anjos, a Epifânia e a apresentação de Jesus no Templo.
Capela de Santa Madalena, São Bartolomeu e Santa Isabel
Segue-se a Capela de San Sebastián e Santa Tecla, onde é possível ver um retábulo gótico tardio, do final do séc. XV, da autoria de Rafael Vergós e Pere Alemão. Este é composto por várias pinturas onde são descritas cenas como: Jesus entre os Doutores do Templo, São Sebastião com o Canon Joan Andreu Sorts, Santa Tecla na fogueira, entre outros.
Capela de São Sebastião e Santa Tecla
Por fim encontramos a Capela de Nossa Senhora da Alegria e a Capela de Nossa Senhora de Montserrat. Na primeira é possível ver um retábulo de estilo neogótico do escultor Josep Maria Camps i Arnau, do séc. XX. Já na segunda está exposto um retábulo moderno com a imagem da Padroeira da Catalunha.
Capela de Nossa Senhora da Alegria e Capela de Nossa Senhora de Montserrat
Deambulatório
Seguindo depois para as capelas do deambulatório, no sentido dos ponteiros do relógio, é possível ver a Capela dos Sants Inocentes. No seu altar está guardado uma arqueta de prata, do séc. XVI, com as relíquias que o Doge de Veneza deu a João, o Grande e o retábulo é dedicado à Glorificação da Virgem. Na parede do lado direito está um arcosoli que contém um sarcófago, com os restos mortais do bispo Ramon de Escadas, uma obra gótica do escultor Antoni Canet.
Capela dos Santos Inocentes
Na Capela Sagrado Coração de Jesus está uma bonita imagem moderna, do escultor Vicenç Vilarrubias, esculpida no ano de 1940.
Capela do Sagrado Coração de Jesus
Segue-se a Capela de Nossa Senhora da Graça, com um belo altar barroco do escultor Joan Roig, do séc. XVII e cuja escultura principal representa A adoração do Rei Jaime I à Nossa Senhora da Graça. São ainda visiveis 4 telas do séc. XVII, do pintor Pasqual Bailon Savali: O primate de Pere, O papa San Silvestre dando o batismo a Constantino, A visão de Santo Pere Nolasc e A predicação de Santo Ramon à Catedral de Barcelona ante Jaime I.
Capela Nossa Senhora da Graça
A Capela de Santa Clara e Santa Catarina possui um belo retábulo realizado por Miquel Nadal e Pere Garcia de Benavarri e é composto por 19 pinturas que representam : O Calvário, Santa Clara e Santa Catarina, A profissão de fé de Santa Catarina, A Morte de Santa Clara, entre outras. Nas paredes laterais estão algumas pinturas de Francesc Tramulles Roig, que representam a vida de Santo Esteve.
Capela de Santa Clara e Santa Catarina
Continuando pelo deambulatório segue-se a Capela do Apóstolo São Pedro, cujo retábulo é dedicado a Santo Martí de Tours e a Santo Ambròs, um magnífico trabalho de estilo franco-flamenco de Joan Matas, no séc. XV. Nas paredes laterais estão representadas várias cenas da vida de São Pedro na sua relação com Jesus.
Capela do Apóstolo São Pedro
A Capela seguinte é dedicada a San Gabriel e a Santa Elena e nele está um retábulo dedicado a São Gabriel, que terá sido construído no final do séc. XIV, por um autor desconhecido e que contém 18 pinturas de Lluís Borrasà, nomeadamente A Aparição do Anjo sobre o Rio Hidekel, Anuncio do nascimento de São João Batista a Zacarias, entre outros.
Capela de São Gabriel e Santa Elena
Segue-se a Capela de San José e San Juan Bautista onde se encontra um retábulo renascentista dedicado a São João Batista, do séc. XVI, de autor desconhecido. Existe ainda um imagem do séc. XVIII de São José.
Capela de São José e São João Batista
A Capela da Transfiguració ou de Santo Benet possui do lado esquerdo um arcosoli com o mausoleu do bispo Ponç de Gualba. Já o retábulo da Tranfiguração é uma obra de Barnat Martorell, sendo umas das obras mais importantes da Catedral e da pintura gótica catalã, foi mandada fazer pelo bispo Simó Salvador.
Capela da Transfiguração
A Capela da Visitació é a Capela da Ordem de Constantino de St. George e onde se pode encontrar, à esquerda, o mausoléu do bispo Berenguer de Palou e à direita o túmulo moderno do Bispo Pedro Martinez San Martin. O seu belo retábulo foi mandado fazer pelo canone Nadal Garcés, no séc. XV e é composto por um tríptico onde está representada a cena da Visitação e os retratos de San Lucas Evangelistas e o Mártir São Sebastião.
Capela da Visitação
Capela de Santo Antoni Abate é a última do deambulatório e possui um magnífico retábulo barroco, do séc. XVIII, cujo trabalho escultórico é de um artista anónimo e que representa o Santo Domingo Guzmán, o Santo António Abate, a Virgem del Carmen, o São Benedito, o São Francisco de Assis, entre outros.
Capela de Santo António Abate
Nave lateral direita
Saindo do deambulatório seguimos em direcção à porta de entrada da Catedral pelo lado da Epístola e continuamos a encontrar algumas capelas. Logo a seguir ao deambulatório a primeira a surgir é a Capela de Santo Pacià e Santo Francesc Xavier onde se encontra um magnífico retábulo barroco de Santo Pacià, do séc. XVII, realizado por Joan Roig. Neste fantástico trabalho é possível ver que o artista incorporou a imagem de Santo Inácio entre os apóstolos na cena da Última Ceia. Outra das particularidades deste retábulo é a presença de uma imagem jazente de São Francisco Xavier, de Andreu Sala.
Capela de Santo Pacià e São Francisco Xavier
Segue-se a Capela Nossa Senhora de Pilar com um retábulo barroco do séc. XVII e um mausoléu do arcebispo Gregorio Modrego Casaus, do escultor Frederic Marinho e Deulovol.
Capela Nossa Senhora do Pilar
A Capela de Santo Pau é adornada por um retábulo de estilo neoclássico do início do séc. XX, de Domènec Talarn, com uma imagem de Santo Pau de Tars bem no centro. No altar é possível ver uma imagem de Santo Gaietà de Thiene.
Capela de São Pau
A Capela de San Ramon de Penyafort é uma das mais peculiares dada a presença de uma escultura jacente do Santo Raimundo de Penyafort com o sarcófago datado do séc. XIV, que veio do antigo Convento de Santa Catarina.
Capela de São Raimundo de Penyafort
A Capela de San Pancràs e San Roc possui um fantástico retábulo barroco, do séc. XVIII, com as imagens do São Roc de Montpeller e São Pancràs de Roma, apesar de ter pouco valor artístico.
Capela de São Pancras e São Roque
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Na Capela de San Josep Oriol é possível apreciar um belo altar de estilo modernista, construído pouco tempo depois da canonização do Santo Josep Oriol, em 1909. Em frente está o mausoléu, do escultor Josep Limón, do Cardeal Salvador Casañas e Labrador, o principal responsável pela canonização de Josep Oriol.
Capela de São José de Oriol
A última capela do lado da Epístola é a Capela de San Cosme e San Damià foi inicialmente dedicada às Santa Clara e a Santa Catarina. Actualmente possui o sepulcro de Sança Ximenis de Cabrera, dentro de um arcosoli com dois cães esculpidos.
Capela de São Cosme e São Damião
Chegando ao final da epístola bem junto à porta da Catedral está a Capela da Immaculada Conceição. Aqui é possível ver um bonita e recente imagem da Imaculada Conceição, segurando nas mãos as chaves da cidade. Do lado esquerdo, é possível encontrar o mausoléu do bispo de Barcelona, Francesc Climent Sapera.
Capela da Imaculada Conceição
Claustro
Outro dos belos recantos desta enorme Catedral é o seu claustro, do séc. XIV, um autêntico oásis dentro dos muros deste belo exemplar gótico. No dos seus cantos encontra-se a Capella de Santa Lucia, que possui um acesso pela parte exterior da Catedral, bem à frente da Cada de l’Ardiaca.
La Seu tem um sistema de visitas bem diferente do que é habitual, ou seja, existe um horário em que a entrada é gratuita e um horário em que a entrada é paga, e cujo pagamento é considerado um donativo.
E vocês já visitaram a Catedral de Barcelona? O que acharam?
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Visitei Barcelona em 2015 e achei a Catedral lindíssima (ainda que confesse que paixão mesmo foi a Sagrada Família!)
Adorei ambas apesar de serem edifício bastante diferentes. Pretendo voltar a Barcelona em 2026 para ver a Sagrada Família completa.