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Descobrir o Palácio de Versalhes

Versalhes
Hoje o artigo é dedicado ao maravilhoso Palácio de Versalhes, listado como Património Mundial da UNESCO, e um dos mais bonitos projectos da arte francesa do séc. XVIII.
O Palácio é enorme e repleto de salões absolutamente maravilhosos, mas uma vez que não tive a oportunidade de o visitar todo apenas falarei dos espaços que visitei. O bilhete custa cerca de 15€, valor que acho ser bastante aceitável. Venha connosco descobrir o Palácio de Versalhes.

 

A História

O local onde Luís XIII tinha o seu pavilhão de caça foi transformado e expandido, a mando de Luís IV, em 1682, para desse modo passar a ser a sede da corte e do governo francês até 1789.
 
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Avenida Sceaux com o Palácio ao fundo
 
Assim ao longo de décadas o edifício foi sendo transformado no maior palácio do mundo e actualmente é um dos pontos turísticos mais visitados de França.
 
Construído a mando do Rei Luís XIV, o “Rei Sol”, este belo palácio foi a moradia de três Reis franceses que ali viveram até à Revolução Francesa e é o símbolo do absolutismo real e a encarnação da arte clássica francesa.
 
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Entrada para o Palácio
 
 
Foi o arquitecto Louis Le Vau que ficou incumbido de criar o mais belo e opulento palácio da Europa, tendo que reunir centenas de trabalhadores para a edificação do mesmo. Contudo, Le Vau viria a falecer antes do termino da obra e foi Jules Hardouin-Mansart que deu continuidade à mesma.
 
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O Palácio
 
Mais tarde, em 1837, o Palácio deixou de ser a residência real e sede de governo e foi transformado num museu de história. Actualmente, o palácio, com os seus belos e enormes jardins, os pequenos palácios e as várias salas, está aberto ao público. Vários são os ambientes que pudemos visitar, cada um deles com um pedaço de história único e merecedor de ser contado ao mundo.
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Pormenor do Palácio
 

Galeria da História do Palácio

A Galeria da História do Palácio é constituída por diversas salas, onde está representada a cronologia da construção do palácio real desde o início. Aqui é possível ver também vários modelos e réplicas do local e ainda antigas gravuras. Este local marca o início da visita ao Palácio.
Esta galeria foi criada em parceria com o Instituto Cultural do Google,
 
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Várias salas da Galeria da História do Palácio
 

Galeria dos Espelhos

A Galeria dos Espelhos foi construída em 1678, pelo arquitecto Jules Hardouin-Mansart e é ladeada pelo Salon de la Guerre (sala que celebra as vitórias militares) e pelo Salon de la Paix.

 

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Parte da parede do Salão da Guerra

 

Esta bonita sala é caracterizada pelos seus 17 espelhos em arco que refletem as dezassete janelas também em arco que dão para os jardins. E cada arco contém 21 espelhos perfazendo um total de 357 espelhos no conjunto da decoração desta galeria.
Já na decoração do tecto pudemos ver pintadas as vitórias militares do Rei Luís XIV, obra de LeBrun.
Esta sala tem um valor simbólico para a história mundial, pois foi aqui que, em 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que selou o fim da Primeira Guerra Mundial.
 
 
 
 
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Vários pormenores da Galeria dos Espelhos
 

Grande Apartamento do Rei

O grande apartamento do Rei, fazia parte dos Apartamentos de Estado, juntamente com o grande apartamento da Rainha. Este era um enorme apartamento que na sua construção inicial era composto por uma fileira de sete salas, cada uma delas dedicada a um dos planetas e à divindade romana associada.
A partir de 1678 e até ao final do reinado do Rei Luís XIV, este local serviu para receber os convidados do Rei, nos serões que este oferecia duas vezes por semana. Cada uma das salas tinha uma função específica, nomeadamente:

 

– Salão de Vénus – local onde era servido o buffet, aos convidados que visitavam o palácio. É a sala que dá o principal acesso ao Grande Apartamento e é dedicado a Vénus, a deusa do amor e da sedução, na mitologia romana.

 

Pormenor do tecto do Salão de Vénus
Salão de Vénus
– O Salão de Diana – era o salão de bilhar, no tempo do Rei Luís XIV e actualmente pudemos ver um dos um dos seus maiores bustos, esculpida por Lorenzo Bernini, em 1665.

 

Salão Diana, com o busto de Luís XIV
– Salão de Marte – era o salão de dança, decorado com o tema militar, algo que poderá ser explicado pelo facto de esta sala ter sido originalmente concebida para ser a sala de guarda,

 

Pormenor do tecto da Sala de Marte
– Salão de Mercúrio – sala de jogos de cartas, que originalmente era o quarto de dormir do Grande Apartamento do Rei. Foi nesta sala que estiveram os restos mortais de Luís XIV, em 1715.

 

Relógio do Salão de Mercúrio

 

– Salão de Apolo – salão onde ocorriam os concertos, foi também a sala do trono e a sala mais luxuosa do Grande Apartamento do Rei.

 

Pormenor do tecto da Sala de Apolo
 
Posteriormente, durante o reinado do Rei Luís XV, o grande apartamento do rei foi ampliado e foram acrescentadas duas salas, o Salão da Abundância e o Salão de Hércules.

 

Salão de Hércules

Grande Apartamento da Rainha

O grande apartamento da Rainha era formado por um conjunto de salas, paralelas ao grande apartamento do Rei. Este serviu como moradia de três Rainhas de França, Maria Teresa de Espanha (esposa de Luís XIV), Maria Leszczynska (esposa de Luís XV) e Maria Antonieta (esposa de Luís XVI).
Foi na época de Maria Antonieta que o grande apartamento da Rainha adquiriu a configuração que é possível ver nos dias de hoje e que engloba:

 

– Salão dos Guardas da Rainha – esta é a única sala que mantém intacta a sua decoração do séc. XVII, pois como era um local que a Rainha não usava, nunca sentiram necessidade de modernizá-la. Esta sala era o local onde permaneciam os doze guardas que faziam a protecção à Rainha.
 
– Antecâmara da grande coberta – nesta sala eram efectuados os jantares em público da família real. Ocasionalmente, poderia servir como sala de teatro do palácio.

 

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Pormenor do tecto da antecâmara da grande coberta
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Antecâmera da grande coberta
– Salão Nobre – nesta sala ocorriam as audiências formais dadas pela Rainha. Quando não havia audiências, servia como antecâmara do quarto da Rainha.
 
– Câmara da Rainha – servia como quarto de dormir da Rainha e onde esta passava a maior parte do seu tempo. Tendo sido aqui que nasceram 19 dos filhos das três Rainhas de França que aqui viveram. Na decoração do quarto é possível encontrar elementos colocados por cada uma das três Rainhas. Os diferentes compartimentos do tecto remontam à Rainha Maria Teresa, mas as pinturas monocromáticas do mesmo já são da época de Maria Leszczynska, de época de Maria Antonieta mantém-se os móveis e a bonita lareira.

 

Câmara da Rainha

Apartamento do Rei

O apartamento do Rei, situado no antigo Palácio, foi inicialmente o apartamento privado de Luís XIII e aquando do reinado de Luís XIV, o mesmo foi ampliado e modernizado e passou a ser constituído pelas seguintes salas:

 

– Quarto do Rei – sala onde o Rei dormia, possui uma decoração opulenta de ouro e prata e com várias pinturas escolhidas pelo próprio Luís XIV. Nomeadamente Os quatro Evangelistas e o pagamento de Impostos a César, de Le Valentin e Giovanni Lanfranco, nas paredes superiores, São João Batista, de Giovanni Battista Caracciolo, por cima da porta, entre outros.
Foi neste local que morreu o Rei Luís XIV, em 1715, depois de 72 anos de reinado.

 

 
Quarto do Rei
 
– Sala do Conselho – esta sala só foi criada durante o reinado do Rei Luís XV. Estando magnificamente decorada com bonitos painéis de madeira com motivos decorativos esculpidos por Antoine Rousseau e ainda magníficas obras de arte encomendadas por Luís XV e o seu sucessor Luís XVI. Nomeadamente, um relógio rococó, de 1754, um busto de pórfiro de Alexandre, O Grande, entre outros. 

 

Sala do Conselho
 

Capela Real de Versalhes

A Capela Real é uma autêntica obra prima, iniciada em 1689 e consagrada em 1710. Esta capela foi dedicada a São Luís e vários foram os eventos da Corte que aqui ocorreram durante o séc. XVIII. Uma das características pela qual é conhecida é o seu chão embutido com mármores multicoloridos e nos degraus que levam ao altar está o monograma coroado de Luís XIV. A sua decoração eclesiástica faz alusão ao Novo e ao Velho Testamento e no tecto da sua nave pudemos encontrar uma pintura Deus Pai em sua Glória trazendo ao Mundo a promessa da Redenção, de Antoine Coypel. Já a meia cúpula da abside tem pintada A Ressurreição de Cristo, de Charles de LaFosse, entre outros.
 
Vários pormenores da Capela Real
 

L’Ópera

A Ópera Real é uma das mais importantes obras arquitectónicas de Ange-Jacques Gabriel, tendo sido inaugurado em 1770, durante o casamento de Luís XVI com Maria Antonieta. Na época era o maior e mais refinado teatro da Europa, sendo um dos poucos teatros sobreviventes daquele tempo. 
A sua decoração, realizada por Augustin Pajou, foi inspirada em Apolo e nas divindades Olímpicas. Durante o reinado de Luís XVI poucas foram as vezes que o espaço foi utilizado, devido aos custos que acarretava a sua utilização. Nomeadamente ao nível da iluminação, uma vez que era necessário a utilização de pelo menos 3000 velas de cera virgem.
Uma curiosidade acerca deste local é o facto de ter sido aqui que a Rainha Maria Antonieta quebrou a tradição da Corte, ao aplaudir os actores, algo que está reproduzido no filme de 2006, Marie Antoinette.
Actualmente, é utilizada em funções de Estado e como palco de vários eventos musicais.
 

Jardins do Palácio

Os Jardins do Palácio de Versalhes são tão grandiosos como o próprio Palácio, algo que Luís XIV, sempre desejou. E para tal, em 1661, incumbiu André Le Nôtre de projectar os jardins, compostos por parterres, fontes e canais, tendo demorado cerca de 40 anos a estes ficarem concluídos. 
Estes são centrados na fachada sul do Palácio, onde existe um enorme terraço, que oferece uma vista única sobre os jardins, que são compostos por várias zonas distintas.
 
Parte da fachada sul do palácio
– Parterre de água
É o jardim que surge como um prolongamento da fachada do Palácio, que é composto por duas piscinas ornamentais rectangulares, que possuem na sua berma algumas esculturas, da autoria de Charles Le Brun, que simbolizam os rios de França.

 

Parterre de água com a fachada sul do palácio de fundo

 
– Fonte de Latona
A Fonte de Latona foi inspirada no poema Metamorfoses, de Ovídio e representa a mãe de Apolo e Diana, a proteger os seus filhos contra os insultos dos camponeses de Lícia, chamando Júpiter para vingá-los, transformando os camponeses em sapos e lagartos.
 
Fonte de Latona
– Orangerie Parterre
Situado próximo ao palácio, o Orangerie é constituído por Laranjeiras de Portugal, Espanha e Itália e ainda Limoeiros e árvores de Romãs, algumas destas árvores com mais de 200 anos. Este é um dos exemplos do fantástico e belo trabalho de Jules Hardouin-Mansart, uma vez que este pequeno jardim é uma autêntica obra de arte.

 

Orangerie
Os jardins são compostos por muito mais áreas, contudo no dia que visitei o Palácio estava a chover, o que nos impossibilitou de visitar os Jardins, em toda a sua extensão.
 
Se visitar o local, vá sem pressa e disposto a despender o seu tempo, pois o local é tão bonito, que o tempo passa a correr e sem nos apercebermos. Aproveite bem o audio que é dado no início da visita e deixe-se mergulhar neste local magnífico e cheio de história. 
Espero um dia voltar e puder conhecer os recantos que não tive oportunidade.
E vocês já visitaram o local? Ficaram tão encantados como eu?

 

 

Não deixem de ler o nosso artigo Visitar Paris em 4 dias

 

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