Descobrir o Museu Nacional Grão Vasco

O Museu Nacional Grão Vasco é um museu localizado no centro histórico da bonita cidade de Viseu. Este foi fundado com o objectivo de preservar e valorizar as pinturas e outras obras existentes na Catedral de Viseu e em outras igrejas à volta.

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Quem foi Grão Vasco?

Vasco Fernandes é considerado o principal nome da pintura portuguesa do século XVI. Acredita-se que terá nascido em Viseu, ficando conhecido como Grão Vasco a partir do século XVII. Pintor do pré-renascimento e renascimento português ficou famoso por ser o primeiro pintor português a assinar o seu trabalho. O seu primeiro trabalho é o icónico retábulo da capela-mor da Sé de Lamego, mas existem várias outras peças que mostram a mestria do Grande Vasco. Como por exemplo, o grande retábulo da Sé de Viseu, o tríptico da Coroa e a Adoração dos Reis Magos.

Museu Nacional Grão Vasco

O Museu Nacional Grão Vasco, fundado em 1916 por Francisco de Almeida Moreira, localizou-se inicialmente nas dependências da Catedral. Mas com o tempo e o aumento da coleção acabou por mudar para as galerias dos edifício contíguo à Catedral. Ou seja, atualmente o museu ocupa a antiga residência episcopal. O Paço dos Três Escalões é um imponente edifício, maciço granítico, do século XVI, que junto com a Catedral forma um complexo único.

O seu acervo é composto por um conjunto notável de pinturas de retábulo, que vieram da Catedral e de outras igrejas da região, assim como de outros museus. Mas além das pinturas de retábulo ainda possui vários objetos e suportes figurativos que eram destinados às práticas litúrgicas, peças de arqueologia, exemplares de faiança portuguesa, ourivesaria, numismática, entre outras.

Este museu é conhecido pelas suas valiosas coleções, nomeadamente por ser casa de 22 peças classificadas como “Bens Culturais Móveis de Interesse Nacional” ou apenas “Tesouros Nacionais”, a maior parte das quais são pinturas. Aliás ao longo de todo o museu é possível ver os principais momentos, movimentos e protagonistas da história da pintura em Portugal.

Sala da Liturgia e Devoção nos finais da Idade Média

A Sala da Liturgia e Devoção é composta por várias obras e objetos que refletem alguns aspetos essenciais da arte e religião do final da Idade Média. Nomeadamente, o crescente humanismo dos trabalhos apresentados, como se pode ver na escultura onde cada vez mais se foi obtendo obras mais realistas quer em peças de madeira ou pedra calcária. Nesta sala pudemos ver uma magnífica colecção que evoca o reportório iconográfico cristão da Idade Média.

Sala da Diáspora

A Sala da Diáspora reflete a Expansão Portuguesa ocorrida nos séculos XV e XVI e que colocou o povo português em contato com outras civilizações. Assim, nesta sala é possível encontrar vários objetos raros, peças de recordação, algumas de uso devocional e outras de uso doméstico. Apesar desta sala possuir um pequeno número de peças, a verdade é que estas refletem a presença de Portugal no Mundo.

Sala da Figuração do Sagrado na Estética Barroca

O Barroco foi provavelmente o o movimento artístico e cultural mais patente desde o final do século XVI até ao final do século XVIII. Assim, nesta sala é possível ver um vasto conjunto de imagem de arte sacra feita em madeira, dos séculos XVII e XVIII, que serviam essencialmente para integrar os nichos e os retábulos dos altares das capelas e igrejas da época.

Sala das Artes decorativas

A Sala das Artes Decorativas é composta pelas coleções de cerâmica e de ourivesaria. A primeira é uma das coleções mais numerosas e diversificadas do museu, possuindo peças únicas e raras, da qual destacamos as porcelanas orientais, faiança portuguesa e cerâmica europeia. Da coleção da faiança portuguesa, sobressai uma bela talha da primeira metade do século XVII, produzida em oficinas portuguesas e que evocam a Expansão Portuguesa no Oriente. Já os exemplares de porcelana oriental são artigos bem emblemáticos e exóticos, que se destacam pela sua beleza.

Nesta sala é ainda possível observar alguns exemplares de mobiliário, dos séculos XVII a XIX. Como por exemplo, um armário louceiro, um contador, um paramenteiro, cómodas, duas cadeiras, entre outras.

Já a coleção de ourivesaria é composta de peças de uso e de aparato, dos séculos XVII ao século XX. Algumas das peças que se destacam são em prata e têm gravadas os brasões de família e outras insígnias de posse.

Sala da Pintura portuguesa: séculos XVII-XVIII

O grande pintor português do século XVII foi Baltazar Gomes Figueira, como é possível perceber nas obras presentes nesta sala. Foi por estes séculos que a temática do retrato e da paisagem floresceram mas também a pintura de temática mitológica. Um outro pintor cujas obras estão exposta no museu é o pintor viseense José de Almeida Furtado.

Sala da Pintura Portuguesa: século XIX-XX

A paisagem foi o tema por excelência da pintura portuguesa durante o século XIX com o aparecimento do naturalismo. Nesta sala, dedicada à pintura portuguesa do século XIX e XX, vemos quadros com cenas do quotidiano bucólico, paisagens, costumes rurais assim como ambientes urbanos e burgueses. Aqui é possível encontrar quadros pré-naturalistas de Tomás Anunciação mas também quadros naturalistas de Silva Porto, Marques de Oliveira, José Malhoa, entre outros tantos outros.

Sala do Columbano Bordalo Pinheiro

A Sala do Columbano Bordalo Pinheiro é inteiramente dedicada a trabalhos do pintor português, que foi o mais importante vulto da arte nacional do seu tempo. A sua obra exposta, como é fácil comprovar, reflete essencialmente a faceta retratista da sociedade burguesa da época. Columbano pintou personalidades do meio político, literário e artístico mas também pintura histórica, naturezas mortas e pintura decorativa. O Museu alberga 55 obras de Columbano Bordalo Pinheiro, sendo 29 pinturas a óleo, 24 desenhos e ainda 2 aguarelas. Esta obras chegaram ao museu quer através de aquisições quer através de doações da Emília Bordalo Pinheiro, viúva de Columbano.

Sala do Antigo Retábulo da Capela Mor da Catedral de Viseu

O Antigo Retábulo da Capela Mor da Catedral de Viseu é constituído por 14 pinturas da autoria do magnífico mestre pintor Grão Vasco. Ali estão representados momentos do nascimento e da morte de Jesus. Pintado entre 1501 e 1506 tornou-se uma peça de incálculavel valor iconográfico, artístico e histórico. O Retábulo é um exemplar da grande mestria e genialidade artística de Vasco Fernandes bem como dos seus colaboradores.

Sala Tríptico Cook

O Tríptico Cook é uma pintura assinada por Vasco Fernandes, composta por três quadros e que se acredita ter sido pintado em 1520. Esta pintura fazia parte do acervo do Antigo Mosteiro de São Francisco de Orgens e o seu nome original é Tríptico da Lamentação com Santos Franciscanos. Mas acabou por ficar conhecido como Tríptico Cook pois o conjunto de quadros foi adquirido pelo colecionador inglês Herbert Cook. Esta pintura destaca-se de todas as outras por ter sido a primeira assinatura conhecida de Vasco Fernandes, ou seja,numa das tábuas que formam o Tríptico está a grafia VASCO FRZ.

Sala de São Pedro

A Sala de São Pedro é inteiramente dominada por este belo quadro, que é a obras mais representativa do grande talento de Grão Vasco. É uma das pinturas mais notáveis do património pictoral português, tendo sido encomendada pelo bispo de Viseu, D. Miguel da Silva. Feita em 1529 e colocada na capela lateral direita da Sé de Viseu representa São Pedro como um verdadeiro papa entronizado.

Sala de Grão Vasco e colaboradores

Grão Vasco foi responsável por cinco retábulos que compunham as capelas da Catedral de Viseu. Encomendados por Dom Miguel da Silva, bispo de Viseu, estes possuíam os temas Batismo de Cristo, Pentecostes, Calvário e São Sebastião. Nestes retábulos é possível observar o trabalho de outro grande pintor português, Gaspar Vaz, que recebeu fortes influências de Grão Vasco.

Sala Gaspar Vaz e a Escola de Viseu

Gaspar Vaz, natural de Viseu, foi um famoso pintor português, que além da forte influência de Grão Vasco formou-se na oficina do pintor régio Jorge Afonso. Além de ter participado em inúmeros projetos de Grão Vasco, Gaspar Vaz fez o seu próprio percurso na história da pintura portuguesa. Contudo, a sua obra foi várias vezes erradamente atribuídas a Grão Vasco. Mas algumas diferenças técnicas bem como alguma diferença nos pormenores das pinturas permitem distinguir os trabalhos. Nesta sala é ainda possível encontrar algumas obras de António Vaz, filho de Gaspar Vaz.

Sala dos Contemporâneos de Grão Vasco

Esta sala surgiu graças ao Museu Nacional de Arte Antiga, que emprestou várias pinturas de forma a reforçar o acervo da museu em relação a contemporâneos de Grão Vasco. Pois a verdade é que além de Grão Vasco, Gaspar Vaz e seus colaboradores Portugal não teve naquela época muitos mais nomes de relevo na área da pintura. Apesar disso, a verdade é que as obras existentes nesta sala são de elevada qualidade.

Exposição Temporária – Mariano Benlliure

Na altura que visitámos o Museu a exposição temporária era dedicada a Mariano Benlliure. Para assinalar os 160 anos do nascimento e 75 anos da morte do escultor espanhol Mariano Benlliure, o Museu Grão Vasco decidiu juntar-se a Espanha e acolheu a exposição intitulada “Mariano Benlliure: Legado artístico em Portugal”. Mariano passou grande parte da sua vida em Viseu, tendo deixado no nosso país um importante legado artístico. A exposição conta ainda com várias obras da Casa-Museu António Teixeira Lopes e várias coleções particulares, ligadas à família da esposa do escultor.

Outras informações do Museu Nacional Grão Vasco

Contatos	Preço	Horário
Paço dos Três Escalões, Adro da Sé, 3500-195 Viseu mngv@mngv.dgpc.pt	Adulto – 4€	3ª a Domingo 10h-13h 14h – 18h

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